EU NÃO SOU DE AÇO. EU SOU DE BAMBU. HIP-HOP, DESIGUALDADES DE GÊNERO E RESISTÊNCIA
Paula Guerra
Sofia Sousa
Resumo:
O principal foco deste artigo situa-se na abordagem das produções de música hip-hop por parte de artistas portuguesas, concomitantemente como meio de denúncia das desigualdades de género e das dinâmicas urbanas segregadoras. Partindo de seis canções (e seus correspondentes videoclipes) de artistas rappers portuguesas, procurámos, então, apresentar, analisar e discutir estas performances enquanto modos de protesto gentis e subtis (Corbett, 2018) acerca da sociedade de um país do Norte Global, bem como as implicações de se ser mulher e artista numa indústria musical, cultural e criativa segregadora. Partimos do pressuposto que as práticas artísticas podem beneficiar dos contributos sociológicos e, acima disso, que as análises sociológicas dos conteúdos e das realidades sociais, podem beneficiar largamente das práticas e das criações artísticas, no sentido em que estas prefiguram e retratam discursos sobre as sociedades. Pretendemos observar de que modo é que as músicas e os videoclipes destas artistas refletem os problemas sociais, especialmente aqueles que se relacionam intimamente com as dificuldades sentidas no âmbito da inserção e da sua valorização, enquanto artistas, dentro do movimento hip-hop em Portugal.
Palavras-chave: hip-hop, género, cidade, resistência, protesto.
Artigo disponível aqui: https://seer.ufrgs.br/
Fonte das imagens: https://www.channel5.